Métodos para permanecer fresco na bicicleta



Agora que o calor parece ter vindo de vez e atinge habitualmente >26ºC, andar de bicicleta poderá parecer masoquismo. Afinal, porquê trocar o ar condicionado silencioso e altamente gelado do carro pelo calor tórrido e provavelmente prejudicial da bicicleta. Para lá do calor, ainda poderás estar sujeito aos raios UV quando decidir pedalar com calções e manga curta. No entanto, podemos sempre minimizar o desconforto e limitar os perigos da exposição ao Sol.

Usa roupa que deixe transpirar
Algodão, lã e seda não são apropriados para este tempo. Ao transpirares, o algodão absorve essa transpiração, que vai ocupar os poros do tecido. Quando isto acontece, diz-se que o tecido fica saturado e ficas assim com um tecido molhado em contacto com o corpo que não deixa transpirar. O ideal é usares um tecido que seque rapidamente, para que assim a transpiração possa acontecer constantemente e o suor evapore levando consigo o calor. Aquelas jerseys usadas pelos ciclistas profissionais (e muitos amadores) são boas num processo chamado wicking, que leva a humidade desde a camada junto à pele até outra mais à superfície da jersey.

Despejar água na cabeça
De vez em quando é benéfico despejar água na cabeça. Assim, consegues o efeito arrefecedor imediato da água no corpo. Por muito quente que esteja a água, o teu corpo estará sempre mais quente. Depois, à medida que a água vai evaporando, esta levará consigo calor.
O único cuidado tem a ver com a facilidade com que conseguirás re-encher as tuas botijas de água. Se for para escolher entre beber a água e despejá-la na cabeça, bebe-a.
Um truque muito bom para aumentar a frescura proporcionada pela água é usar um lenço na cabeça ou pescoço e ir molhando-o de vez em quando. Como o lenço absorve a água, esta irá levar mais tempo a evaporar, o que é benéfico. Existem radicais que enrolam um lenço no pescoço com gelo dentro. Isso é muita fruta para mim, mas tu podes tentar e depois dizer se resulta. Cá te espero.

Gela a água na noite anterior
Este truque é essencial para não beberes água choca, mais quente que o rabo de um hipopótamo na Savana. Na noite anterior à pedalada, basta colocares as tuas botijas de água no congelador. O único problema é que não conseguirás beber por algumas horas até a água degelar. Se isso for impedimento inaceitável para ti, poderás encher apenas metade da botija e posicioná-la na horizontal no congelador. Assim, poderás sempre beber a água.
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DIY suporte máquina de filmar na bicicleta


O que precisas:
  • 2 anilhas
  • 2 anilhas de borracha (embora eu ainda não tenha metido, é recomendável para aliviar as vibrações)
  • 2 porcas de orelhas
  • 1 parafuso longo sem ponta bicuda
  • 1 abraçadeira (idealmente daquelas das luzes traseiras das bicicletas)
Primeiro, separar o reflector da abraçadeira. Depois fixá-la na bicicleta. O parafuso deve ser enfiado pelos buracos da abraçadeira e a porca de orelha irá fazer o aperto. De seguida podes pôr mais uma porca de orelhas invertida para suportar a máquina e ainda uma anilha no meio.

Tudo montado fica qualquer coisa como isto:


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Susana chama

Um dia destes ia eu no Metro todo alegre da vida quando vejo no parapeito da carruagem a palavra 'Susana' marcada. Bolas, eu sei, eu sei que deveria pedalar na Susana e deixar-me de andar de Metro. Eu sei...

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Porquê pedalar grandes distâncias?

Agora que mais uma grande volta (a Évora) se aproxima para a Susana, tenho andado a pensar no porquê de querer fazê-la. Qual a razão para eu querer pedalar durante dois dias, sentir fome, calor, frio, dor, cãibras. A verdade é que eu não gosto da viagem quando estou nela; sinto que o meu corpo vai ceder a qualquer momento e metro a metro o meu cérebro luta consigo mesmo para dar um aspecto resoluto e determinado e assim conseguir manter o corpo a trabalhar. O sol a assar os braços, o suor a escorrer interminavelmente pela testa para os olhos, as pernas que por vezes deixam de ter sensação e é como uma benção até que a sensação volta e é a dobrar. A fome ao início que depressa desaparece. O corpo deixa a comida para o fim das prioridades e preocupa-se mais com a desidratação.
Mesmo assim, com tantas recordações do tormento que estas grandes viagens são, anseio pelo momento em que darei a primeira pedalada no dia da volta. Quando lá estamos, odiamos e depois que acaba só queremos regressar. Para mim pedalar sempre foi como que uma forma de aclarar os pensamentos, manter o caminho perceptível e soprar a neblina que se vai pondo à volta, que não deixa mais ver de onde vim e para onde queria ir. Nos momentos de descontracção, leia-se descidas, em que o corpo não grita para parar, posso pensar de forma clara sobre qualquer coisa e ver o problema de outro ângulo. Consigo ver de onde vim, porque fiz o que fiz e onde quero ir e isso já é mais do que muitas pessoas conseguem.
Quando eu estava a aprender a andar de bicicleta, não olhava em frente, apenas para o chão imediatamente à frente da roda. Inevitavelmente, eu passava mais tempo a voar e espatifar-me que a pedalar. Todas as quedas foram diferentes e muitas deixaram marcas na carne, embora nada que não passasse. No entanto, doíam o suficiente para durante uns dias eu pensar que pedalar era giro, mas andar a pé era mais giro. Por vezes, esses dias de desamor com as 2 rodas calhavam na mesma altura da Volta a Portugal ou outra volta qualquer com transmissão na TV. Em dias de sorte, eu via algo que durava uns segundos apenas, mas que muito me espantava. Via a cara de um ciclista no meio do mini-pelotão que ia à frente da corrida, que a poucos km's do final, numa subida a pique e embora ainda há pouco nada o fizesse prever, põe-se de pé na bicicleta e sai disparado deixando os restantes sem reacção. Naqueles segundos em que o ciclista decide atacar, algo se passa no seu inconsciente, uma espécie de tiro de partida que o seu cérebro e corpo dão a avisar que tudo está perfeito naquele momento de claridade e é a hora de partir em frente. Ainda há poucos minutos atrás, a cara do ciclista transparecia sofrimento e talvez pensasse em desistir, mas num ápice tudo muda e deixa de sentir dor, sente somente que está a perseguir um momento de claridade.
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Problema bicudo: como transportar a bike de Évora a Setúbal?

Templo de Diana

Lá para Maio, uma das voltas com que sonho desde os 15 anos será finalmente feita. Setúbal-Évora. Cerca de 100km de pura dor e calor infernal. Mal consigo contar os minutos até lá.

O plano, tal como o da volta a Peniche, é de ir num dia, partir o corpo todo e voltar no dia seguinte de transportes. Infelizmente, enquanto que de Peniche deu para ir até às Caldas da Rainha apanhar o comboio, em Évora essa hipótese já foi riscada e re-riscada, porque de lá para Setúbal só existe intercidades, que não aceitam bicicletas. E aí está o problema, como voltar de lá? Existem 4 hipóteses:

  1. Regressar de bicicleta
  2. Alugar uma carrinha
  3. Pedalar até uma estação com ligação por regional ou urbano a Setúbal
  4. Desmontar a bicicleta e vir no intercidades

Transporte de bicicleta
A opção 1 é a menos desejada, pela falta de tempo. A 2 é incrivelmente difícil e fantasticamente cara. A 3 não dá, pois a estação mais próxima de Setúbal com ligação por urbano ou regional é Setúbal. A 4 é má, ponto final. Cá comigo, quando desmonto a Susana e volto a montar, há sempre algum ruído novo, um problema criado pelo desmontar.

Estarei a ver bem o problema? Tens alguma ideia sobre como regressar sem ser com a nuvem do Son Goku? Se sim, comenta por favor.

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