Comprei uma bike e agora?

Susana
Ainda me lembro de sair do centro comercial onde comprei a Susana, já a pedalar, música nos ouvidos e junto aos rails de protecção numa descida em curva. Nunca tinha tido mudanças assim, que quando são accionadas fazem um clic como se fosse uma máquina fotográfica. Viciei-me no clic e pedalei uns 10km nessa primeira viagem a trocar mudanças a cada 10 metros. Em comparação com a minha bicicleta anterior, esta é leve como uma pena e muito mais rápida. Nos primeiros dias é tudo doce e protegemos a bicicleta de qualquer risco ou embate, mas isso passa e eventualmente acidentes acontecem. Estas são as coisas que gostava de saber antes de a usar intensivamente e outras que já sabia e aproveitei.

Acidentes acontecem

No primeiro mês, pedalei até à praia para ir curtir o Sol e a minha nova bicicleta. No regresso, vi uma pedra com uns 10cm de comprimento por 10cm de largura já quando estava a meros 10 metros dela. Eu ia a voar, a uns 40-45km/h e só tive tempo de olhar por cima do ombro para ver se podia guinar para a esquerda e vi que podia. Guinei e salvei a roda da frente, mas a traseira passou mesmo em cheio por cima da pedra. Quer dizer, não foi exactamente por cima, foi de lado, o suficiente para a roda saltar para o lado direito. Este pequeno embate entortou a minha roda traseira um pouco. Uma pedra de nada e a roda entorta? Ya, acidentes acontecem.

Trocar um pneu

Não é para me gabar, mas sou um expert a trocar câmaras de ar. Já a remendá-las, não sou tão bom, embora também me safe. Sempre remendei as minhas câmaras de ar até terem pelo menos 5 remendos e aí trocava a câmara por uma nova. Isso fazia com que a câmara durasse menos tempo que uma nova e de 300 em 300km lá tinha eu um pneu furado. Na Susana resolvi trocar logo as câmaras e guardar os remendos. Por incrível que pareça, faz sentido economicamente para mim, pois o meu pneu da frente nunca furou (tem já quase 3000km) e o de trás apenas furou 2 vezes (uma vez a culpa foi minha, que fui pedalar para cima de pedras pontiagudas). Isso faz com que as câmaras de ar no pneu traseiro durem em média 1000km até furarem, em comparação com os 300km remendando. Isto será culpa minha por não saber remendar melhor talvez, mas assim também resulta e as câmaras de ar gastas são usadas para aperfeiçoar a minha técnica de remendo.

Nunca, nunca martelar um acessório para caber

Quando me preparei para a grande viagem até Peniche, decidi colocar uma bagageira na Susana para levar as tralhas e assim não ter de pedalar com 2 mochilas às costas. A armação onde assenta a bagageira não coube bem, porque estava a roçar no travão. Forcei e lá deu para aquilo funcionar. Resultado? O travão foi a viagem inteira limitado, praticamente incapaz de parar a bicicleta e passados 3 meses a mola do travão, uma pequena peça que leva o travão ao estado inicial (destravado) soltou-se e eu fiquei sem ele. Bastava serrar a armação para que coubesse perfeitamente sem roçar no travão, em vez disto. Pensa sempre no que te será mais caro de arranjar, a bicicleta ou um acessório?

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